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04/10/2017

Rodrigo Pessoa compete contra o Brasil pela 1ª vez como técnico da Irlanda

ono de três medalhas olímpicas, Rodrigo Pessoa sempre foi referência no hipismo brasileiro, mas em breve poderá escrever seu nome na história do esporte de outro país. Escolhido como técnico da Irlanda no início do ano, o cavaleiro lidera a equipe europeia na busca por uma vaga nos Jogos de Tóquio 2020 e vai competir pela primeira vez contra o Brasil nesta quinta-feira, na Copa das Nações, em Barcelona.

- O Brasil será sempre meu país, mas tenho uma responsabilidade profissional com a Irlanda, que agora é o mais importante. Sigo de muito perto os resultados e a evolução da equipe brasileira. Mantenho contato com cavaleiros que estão na equipe. Estou de olho no que está acontecendo e claro que torço pelo Brasil. Não abandonei nada, mas agora estou doando meu tempo para outra nação.

O papel de treinador não é uma novidade na vida de Rodrigo Pessoa. Pela equipe do Brasil, o campeão olímpico já exercia a função de comandante extraoficialmente durantes as competições. Na disputa pelo cargo na Europa, o brasileiro concorreu com dois irlandeses e a bagagem e os títulos fizeram diferença na seleção. Segundo Rodrigo, a respondabilidade aumentou, mas sem montar ele tem mais tempo para observar os conjuntos e se concentrar na parte técnica.

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Apesar de ser um país com tradição equestre e ter cavaleiros figurando no top 50 do ranking mundial, desde 2001 a Irlanda vivia uma seca de títulos em torneios internacionais nas provas por equipes. Rodrigo tratou de resolver isso rapidamente. Em agosto, o time irlandês conquistou o Campeonato Europeu depois de 16 anos. Com contrato até o fim do ano que vem, o objetivo principal de Rodrigo é o Mundial em 2018, nos Estados Unidos, que dá uma vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio. O país falhou na classificação por equipes nas últimas três edições.

Para alcançar a meta olímpica, o brasileiro fez algumas mudanças na dinâmica de treinos e competições da Irlanda. O planejamento está mais minuscioso, focado no desempenho a longo prazo e selecionando os torneios que realmente são referência. Além disso, Rodrigo também identificou um dos pontos fracos mais importantes e contratou um preparador mental para os cavaleiros.

- Tecnicamente eles são todos bons. Muitos cavaleiros estão no top 20 e 50 do ranking, mas quando a hora era realmente importante, nos campeonatos, eles estavam com uma falta de resultados. Achava que era devido a parte mental deles mesmo, e estamos trabalhando esse aspecto mental de concentração e foco.

Tóquio 2020

O ano de 2019 será extremente importante para Irlanda, Brasil e para Rodrigo. Os irlandeses competem no Mundial e no Campeonato Europeu, e a equipe brasileira irá participar dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, único torneio que Rodrigo ainda não tem no currículo. A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) já indicou que quer contar com o veterano de 44 anos e o calendário permite que o brasileiro consiga estar presente em ambas as competições. O problema será em Tóquio, onde os dois países poderão “disputar” o cavaleiro.

- Eu até poderia montar no Pan se tivesse cavalo e condições. No ano seguinte é que seria realmente complicado porque aí teremos concorrência e um conflito direto. Não precisamos fazer planos tão cedo. Tem mais dois anos e vamos levando as coisas com calma e fazendo ano após ano. Meu contrato com a Irlanda vai até o ano que vem, depois da classificação da Olímpiada, combinamos de sentar e conversar.

Nos Jogos Olímpicos de 2016, o técnico do Brasil, George Morris, preferiu deixar o campeão olímpico na reserva, alegando que a sua montaria estava abaixo da dos outros atletas. Rodrigo discordou publicamente da decisão e abriu mão da vaga, ficando fora das Olimpíadas, justamente em casa. Mesmo depois do conflito, o veterano mantém uma relação muito próxima dos atletas brasileiros e da Confederação, mas ainda não garante que estará em Tóquio competindo pelo Brasil.

- Gostaria de ter competido. Me tiraram essa oportunidade e os verdadeiros perdedores foram aqueles que me tiraram, porque acredito que poderíamos ter tido um resultado melhor. A vida é assim. Já fui em seis Olimpíadas, já fui campeão olímpico e talvez vá em mais uma, mas também se não for, não será o fim do mundo. Perdemos uma oportunidade de ter um bom resultado.



Rodrigo Pessoa Londres 2012 (Foto: Alex Livesey / Getty Images)

Mudança de regra

O hipismo terá uma mudança importante para a próxima edição do maior evento poliesportivo do mundo. Em Tóquio 2020, atletas de países diferentes poderão formar uma equipe e conquistar uma medalha, algo que não acontece desde 1904. Atualmente, nenhuma modalidade coloca atletas que não são compatriotras em um mesmo time. A informação foi confirmada por Luiz Roberto Giugni, ex-presidente da Confederação Brasileira, e hoje membro da Federação Internacional no início deste mês. Rodrigo foi contra a decisão.

- Sou contra essas mudanças. Acho que não faz nenhum sentido. Olímpiada participa um país só, como você participar com uma equipe com cavaleiros de países diferentes? Isso não tem sentido! Nem sei se passou pela Federação Internacional. No meu entender ainda não foi aprovado pela FEHA e não apoio. Não faz sentido, você vai para os Jogos representar um país. Uma coisa é quando tem algum problema político e os atletas representam a bandeira olímpica, outra é montar uma equipe com cavaleiros de países diferentes. Se não tem equipe, compete no individual.

Um total de 18 equipes estarão competindo na Copa das Nações em Barcelona. A competição começa nesta quinta e segue até sábado. Os primeiros oito classificados na rodada de abertura irão para a final no sábado 30, e as 10 equipes restantes farão a final da Copa Challenge na sexta-feira.


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