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O Volteio Artístico é uma modalidade equestre e pode ser definida como ginástica sobre um cavalo em movimento. Durante a Idade Média, foi utilizada no treinamento militar, como forma de desenvolver o equilíbrio de cavaleiros, que em combate utilizavam as duas mãos para carregar escudo e espada.

Provas de Volteio foram disputadas nos Jogos Olímpicos de Verão de 1920, mas, assim como a grande maioria das modalidades equestres, com exceção de Adestramento e Salto, o Volteio já não faz parte dos Jogos Olímpicos por uma questão de custos. Mas esportes equestres têm sua própria olimpíada, os Jogos Equestres Mundiais, realizados a cada quatro anos. O evento é considerado o mais importante esporte e conta com participantes do mundo inteiro, incluindo o Brasil, em todas as disciplinas. Além disso, também de quatro em quatro anos, acontecem os Campeonatos Mundiais de Volteio.

Competição:

Uma apresentação de Volteio é composta de exercícios livres e exercícios obrigatórios. Nos exercícios obrigatórios os movimentos são básicos e individuais, onde são avaliadas habilidades específicas do atleta em cada nível. Contam como parte dos exercícios livres a subida e a descida do cavalo, além da forma como os exercícios em si são executados. Nas competições individuais internacionais também há a apresentações do chamado Teste Técnico, uma série de exercícios que inclui elementos obrigatórios e livres em ritmo de série livre.

A apresentação livre é uma série de exercícios justapostos avaliados segundo sua execução, a forma como são executados – dificuldade e evolução – que diz respeito à composição da série, ajustamento com a música, criatividade entre outros critérios. Há também as apresentações por Equipes, compostas por até oito atletas, sendo um reserva e sete titulares. Durante os obrigatórios, cada um realiza os mesmos exercícios individualmente em sequência, um após outro, sem intervalo. O objetivo é que a apresentação seja homogênea e que a equipe apresente um ritmo e nível global formando uma unidade.

Na apresentação livre, a equipe propõe exercícios que contam com até três atletas sobre o dorso do cavalo ao mesmo tempo. Todos participam da sequência e o cavalo não pode ficar vazio em momento algum. A apresentação pode ter um tema, mas isto não é compulsório, e tem um tempo máximo de duração. Os atletas em uma equipe se distinguem entre Flyers, Bases e Médios.

Os Flyers são indivíduos de pequeno porte, que costumam ser carregados e fazem movimentos acrobáticos no ar, sem o contato direto com o cavalo. Os Bases são os atletas que sustentam o movimento, apoio para o Flyer. Já o Médio, é um atleta de porte intermediário, que pode exercer as duas funções em figuras de transição ou fazer movimentos em dupla, dependendo da composição da equipe. Uma Média pode também dar sustentação para a Base em um movimento em trio.

A prova é dividida em categorias e sub-categorias. No Brasil as categorias são Equipe, Individual e Pas des Deux (duplas). Os atletas são divididos de acordo com suas habilidades em diversos níveis, sendo A o mais alto e E o mais baixo. A competição dos níveis A, B e C são feitas inteiramente ao galope, enquanto nos níveis D e E partes são feitas ao passo. Nas competições internacionais, todos os percursos são feitos a galope.

Brasil nos JEM:

O Volteio está presente no Brasil há mais de 30 anos. Seu pico de desenvolvimento ocorreu entre 2005 e 2010, quando o país contava com cerca de 300 atletas ativos e inscritos na Confederação Brasileira de Hipismo. No estado de São Paulo o volteio é praticado no Clube Hipico de Santo Amaro, Clube de Campo de São Paulo, Hípica Paulista, Manége Alphaville, Sociedade Hípica de Campinas. O esporte parte do princípio de usar o impulso do cavalo ao seu favor criando uma harmonia e ressonância com o mesmo.

A melhor colocação de uma equipe brasileira de Volteio em Jogos Equestres Mundiais foi em 2010, no Kentucky, Estados Unidos, terminando na sexta colocação. Nesta edição dos Jogos, o Brasil mostrou um volteio consistente e recebeu diversos elogios. Este foi o último resultado de expressão internacional pela equipe brasileira. No individual, Flávia Themudo Guida obteve a melhor colocação por parte das mulheres, terminando em 14° lugar em Jerez de La Frontera em 2002. No masculino, Nicolas Martinez obteve a 11ª colocação no campeonato mundial de 2008.